às vezes são minhas péssimas decisões ou os nossos olhares de brasa. às vezes é minha gatinha amassando pãozinho, uma plantinha gordinha ou o seu sorriso de mar. às vezes são as palavras, os desejos, a perda do meu controle ou a minha incapacidade de sentir as coisas com calma.
às vezes é saudade e às vezes é o calor dos seus olhos. às vezes são as marés e as ondas e às vezes é o céu.
dança de galáxias. da ponta dos meus dedos eu sinto sua pele respirar.
às vezes é descobrir o sofrimento e depois a cura para o sofrimento.
me ensina a ser mais forte, me ensina a ser mais de mim mesmo.
que eu adormeça em um nirvana mundano e impuro e tão lindo justamente por ser tão impuro.
sou grato por você ser quem você é, se fazendo existir nessa existência tão doce e com sabor de abraço.
às vezes é acordar e logo depois dormir. às vezes são os almoços e os vinhos baratos das nossas noites perdidas.
meu olhar atravessa as paredes do meu quarto, mas nos seus olhos ele se demora. eu às vezes escolho ficar.
olhos castanhos. ressaca do mar.
às vezes é a lua, como qualquer outra pessoa no mundo que ama a lua. você é um lunático. o seu hospício às vezes habita os meus sonhos.
silêncio, os adultos estão conversando. schiiii.
sempre queremos o eterno e esperando pelo eterno nós morreremos. porque eternidade não é tempo, eternidade é presença.
eu decorei seu cheiro.
que dionísio fuja de seu mundo inteligível de ternura e se deite no colo de goethe. que eles se amem e que desse amor nasça o selvagem.
os amores que colecionamos um dia vão se tornar dentes de leão e voar pelo vento e pelo acaso.
eu te amo porque você é um estrangeiro nas minhas terras inférteis. você há de passar e eu hei de te ver partir.
me diz depois se o café da manhã foi bom.