nenhuma madrugada em claro tem o poder de me deixar tão paralisado e aterrorizado quanto você tem em mim.

você não é a parte que falta pra minha felicidade. você não é destinada a mim, eu não sou destinado a você.

você é como o que eu acabei me esquecendo de ser, sonhar, vestir, me tornar.

risos ecoam das minhas falhas tentativas de te decifrar. seus detalhes são tantos que não dá pra sentir quem você é arranhando sua pele quando ninguém tá por perto.

qualquer passo errado que você der poderia facilmente me esmagar. então, por favor, olha pra frente sempre.

esse poema não é um pedaço de um romance ainda não escrito, com esses olhares errantes cortando as páginas e um amor moderno escorrendo pelo papel. muito menos uma declaração, uma homenagem ou uma carta romântica marcada em vermelho.

esse poema é pra dizer que eu tenho medo de você. esse poema é frio, cru, escasso e controverso.

esse poema é pra dizer que você me deixa confuso, me mantendo enfeitiçado pela liberdade da sua alma.

esse poema é sobre ansiedade e tremer o corpo inteiro pra tentar te beijar, sem saber por que caralhos tremo tanto.

esse poema é sobre beijos e como eles me deixam totalmente ridículo. é sobre estar perto e mesmo assim me sentir longe.

eu não te alcanço quando você corre. isso nunca foi exaustão ou cansaço. eu quero te ver por completo.

te ver por completo não chega nem perto de te ver.

esse poema é sobre fugir de você e correr até não conseguir mais. é sobre cantar em silêncio sem querer ser ouvido, e ao mesmo tempo querer.

é sobre tentar escrever e acabar não escrevendo nada.

esse poema é pra te dizer que eu não quero nem fudendo me apaixonar por você. mas também dizer que se fosse esse o caso, eu beijaria o tempo.

esse poema não é sobre amor à primeira vista, mas eu espero muito que você deslize de novo pelos meus olhos.